11/06/2012

Dia dos Namorados – Uma História de Amor



Numa mesa de amigos o assunto era o Dia dos Namorados, presentes, shoppings e comemorações, de repente, evoluiu para o contexto histórico, e quando nos demos conta, já estávamos falando sobre a história do “French Kiss”, ou seja, o beijo na boca.

Assim, como acredito que seja algo no mundo que todos conhecem, resolvi continuar a conversa, já que o dia dos namorados se aproxima e se tem algum assunto no qual todos se interessam e concordam é de que namorar é bom e que beijo na boca é mais do que bom.

Podemos dizer que trata-se de instinto, tanto quanto o hábito dos animais se cheirarem para poderem testar a compatibilidade biológica. O beijo na boca dispara reações hormonais bem mais fortes e eficazes.  Além do cheiro corporal, as pessoas literalmente provam os feromônios dos parceiros.

Além disso, através do beijo o indivíduo já pode ter uma idéia do quanto o outro é capaz de se comprometer, se entregar, poderia até dizer que pelo beijo podemos até fazer um pequeno “teste de personalidade”. Ok, pode parecer exagero, já que ninguém pensa em teste quando está se beijando, quer dizer, acho que não, até porque não é um momento racional e sim instintivo.

Imagine que uma pessoa acabe de conhecer outra e então rola o primeiro beijo e pensa: “uhm..., fulano passou no teste, posso me comprometer com ele porque é bom caráter, educado, ganha bem, será um ótimo pai (ou mãe) para os filhos que pretendo ter e se preocupa com a causa animal, além disso...”

Bem, na minha humilde concepção, não se trata apenas de impulso hormonal e instintivo no sentido de primitivo, claro que não, o beijo muitas das vezes não brota dos hormônios e sim lá na alma do indivíduo. Quantas vezes as pessoas quando ficam felizes, eufóricas e animadas (com a alma dando pulinhos), tasca um beijo na boca de um amigo ou amiga que esteja ali partilhando daquele momento? É um momento de entrega e compartilhamento com alguém que não necessariamente queremos compartilhar a vida ou procriar. Se fosse assim, ninguém mais se beijaria após a idade de reprodução, não haveria beijo entre homossexuais, beijo entre amigos e a vida seria muito matemática e sem graça. Portanto, a hipótese de feromônios compatíveis vale, mas não é só isso, né?

Alguns antropólogos acreditam que o ato de beijar a boca foi aprendido culturalmente, contando até que os gregos “aprenderam a beijar”, quando Alexandre O Grande invadiu a Índia no ano 326 A.C., outros já discordam e teorizam que sempre fez parte dos rituais de sedução. E, quer saber? Eu não sou teórica de nada, mas concordo e continuo com a idéia de que é instintivo, tanto no que diz respeito ao corpo, quanto emocionalmente. Quem nunca ouviu aquela frase: “Não sei o que me deu, quando eu me dei conta já tinha beijado fulano (a)”. Ok., tenho que rir, ora, como não sabe o que deu? Quer que eu te conte?

Bem, vou contar o que eu sei, é pouco, mas já é alguma coisa diferente para a gente pensar nesta semana do Dia dos Namorados. O beijo já era bastante popular no Império Romano e eles tinham até diferentes nomes para os beijos e seus tipos. Por exemplo, eles já naquela época costumavam cumprimentar os amigos, beijando-os na face, os cidadãos beijavam as mãos de seus governantes. Então, eram três categorias de beijo: Osculum (ósculo) era o beijinho no rosto; Basium (bacio, que em italiano significa beijo), para eles era um beijinho nos lábios, o que conhecemos como “selinho”, e o Savolium que era literalmente o beijo na boca de verdade, como podemos ver pela palavra, onde se troca saliva, o que conhecemos por “French Kiss”.

Mas as curiosidades continuam ainda vindo de Roma, pois lá naquela época havia uma tradição entre os casais de anunciarem que iriam se casar, beijando-se com um Savolium diante da sociedade e da família. Talvez esta seja a origem de os noivos se beijarem ao final da cerimônia de casamento.

 Alí também havia um costume de selarem acordos comerciais e até alianças políticas com um beijo ao invés de um aperto de mãos. Até as cartas e os documentos oficiais, além das assinaturas, eram seladas com um beijo. Realmente não sei como faziam, talvez passassem uma espécie de batom ou coisa parecida para fazer a marca dos lábios. Gostei dessa idéia, mais legal do que ter que ir a um cartório reconhecer a firma, não acham?

Agora, acho uma tremenda injustiça que o beijo na boca se chame “French Kiss” só porque a França no início do Século XX era considerada a capital mundial mais afeita a esta prática. Até porque na França, eles não usam esta expressão.

Enfim, não sou especialista em etimologia, apesar de adorar saber a origem das palavras, conhecer a história das coisas, etc. Este artigo é apenas uma homenagem a todos nós, namorados, namorantes, amigos, “ficantes”, amantes e candidatos à estas categorias, ou seja, todos os seres vivos.

Como já na Bíblia se falava no “Ósculo Santo”, quando Jesus falava aos seus discípulos que assim se cumprimentassem, referindo-se ao beijo na face, deixo vocês com o meu mais sincero desejo de que pratiquem osculum, basium e savolium. E se não der, que sejam felizes amando a si mesmos, que é a forma  mais eficaz e efetiva de ser feliz e saudável, ok?

Um ósculo e um amplexo,

Valéria Trigueiro

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